domingo, 12 de abril de 2020

EXPERIMENTE O PODER DA RESSURREIÇÃO!



E,  na  verdade,  tenho  por  perda  também  todas  as  coisas,  pela  excelência  do  conhecimento  de  Cristo  Jesus,  meu  Senhor;  pelo  qual  sofri  a  perda  de  todas  estas  coisas  e  as  considero  como  esterco,  para  que  possa  ganhar  a  Cristo  e  ser  achado  nEle,  não  tendo  a  minha  justiça  que  vem  da  lei,  mas  a  que  vem  pela  fé  em  Cristo,  a  saber,  a  justiça  que  vem  de  Deus  pela  fé;  para  conhecê-lo,  assim  como  o  poder  da  Sua  Ressurreição,  e  a  comunicação  de  Suas  aflições,  sendo  feito  conforme  a  Sua  morte;  para  ver  se,  de  alguma  maneira,  eu  possa  chegar  à  ressurreição  dos  mortos   (Fp  3.8-11).

I.  Introdução

No  texto  em  apreço,  o  apóstolo  Paulo  fala  a  respeito  da  justificação  e  santificação  do  salvo. Ao  dissertar  sobre  a  primeira,  Paulo  fala  da  importância  dos  irmãos  não  se  vangloriarem,  mas  atribuirem  sempre  a  Cristo  a  causa  eterna  da  Salvação.  Para  isso,  cita  o  seu  exemplo  (Fp  3.2-9).  Já  na  dissertação  da  segunda,  Paulo  cita  o  seu  prosseguimento  rumo  à  perfeição,  num  processo  paulatino  de  crescimento  (Fp  3.12-16). 

Mas,  ao  falar  do  seu  progresso  como  cristão,  Paulo  exprime  de  modo  explícito  o  seu  desejo  de  conhecer  mais  a  Cristo  e  de  experimentar  em  sua  vida  literalmente  o  "poder  (gr.  dynamis)  da  Sua  ressurreição".  Mas  afinal,  o  que  de  fato  é  isso?

II.  O  Que  é  o  "Poder  da  Ressurreição"?

Uma   das  regras  de  hermenêutica  é  a  de  que  a  Bíblia  interpreta  a  própria  Bíblia.  Sendo  assim,  convém  analisarmos  se,  em  outros  textos,  o  apóstolo  Paulo  deixou  mais  informações  sobre  o  cognominado  "poder  da  Ressurreição".

Na  Epístola  aos  Efésios,  Paulo  escreve  sobre  este   mesmo  poder,  dizendo:
Não  cesso  de  dar  graças  a  Deus  por  vós,  lembrando-me   de  vós  nas  minhas  orações,  para  que  o  Deus  de  nosso  Senhor  Jesus  Cristo,  o  Pai  da  glória,  vos  dê  em  seu  conhecimento  o  espírito  de  sabedoria  e  revelação,  tendo  iluminados  os  olhos  do  vosso  entendimento,  para  que  saibais  qual  seja  a  esperança  da  Sua  vocação,  e  quais  as  riquezas  da  glória  da  Sua  herança  nos  santos,  e  qual  a  sobre-excelente  grandeza  do  Seu  poder  sobre  nós,  que  manifestou  em  Cristo,  ressuscitando-O  dos  mortos,  e  pondo-O  à  Sua  direita  nos  céus   (Ef  1.16-20).

Note  que  Paulo  cita  um  poder  cuja  grandeza  é  "sobre-excelente" ―  isto  é,  mais  do  que  excelente;  aquilo  que  tem  um  nível  supremo  de  excelência  ―  que  está  já  está  operando  nos  santos  do  Senhor.  No  decorrer  da  perícope,  Paulo  acrescenta-nos  uma  informação:  este  poder  que  hoje  já  opera  nos  salvos  foi  o  mesmo  poder  que  se  manifestou  sobre  Cristo,  fazendo-O  ressurgir  de  entre  os  mortos.  Mas  que  poder  insigne!  

Lembremo-nos  do  evento  impactante  que  foi  a  ressurreição.  Conquanto  muitas  vezes  seja  tratada  ou  falada  como  algo  trivial,  ela  é  o  pivô  da  nossa  esperança!  Foi,  deveras,  o  evento  mais  glorioso  da  história  até  o  momento.   Naquele  dia  o  poder  de  Deus  fez  com  que  uma  pedra  cujo  peso  era  de  4  toneladas, e  que  tinha  2,5  metros  de  diâmetro  e  33  centímetros  de  espessura  fosse  revolvida,  e  o  corpo  de  Cristo  fosse  glorificado  e  imediatamente  ressuscitado.  Isto  remete-nos  ao  fato  de  que  este  poder  só  pode  ser  incomensurável,  magnífico  e  explêndido!  Imaginemos,  pois,  a  sobre-excelente  grandeza  deste  poder,  que,  segundo  a  Escritura,  já  está  operando  nos  crentes!

O  que,  contudo,  este  poder  faz?  Qual  a  sua  respectiva  função  na  vida  do  cristão?   Sobre  isso,  o  apóstolo  Paulo  discorre  no  contexto  imediato  da  perícope.   Em  Efésios  2,  o  apóstolo  diz-nos  que  este  poder  começou  a  operar  em  nós  desde  o  momento  em  que  fomos  salvos:  E  vos  vivificou  [uma  referência  ao  poder  citado  em  Ef  1.19]   estando  vós  mortos  em  ofensas  e  pecados  (Ef  2.1).   Ou  seja,  desde  o  momento  em  que  recebemos  a  Cristo  como  Senhor  e  Salvador,  este  explêndido  e  incomensurável  poder  passa  a  operar  em  nós!

Para  entendermos  a  função  inicial  desta  virtude  dispensada  a  nós  por  Deus  Pai,  faz-se  necessário  reportarmos  à  criação  do  ser  humano  e  ao  seu  estado  original,  no  Éden,  ainda  num  contexto  paradisíaco.  A  Palavra  do  Senhor  revela  o  estado  de  plena  comunhão  com  Deus  que  estava  o  ser  humano  originalmente.  Ele  conversava  e  dialogava  com  o  próprio  Deus  todos  os  dias,  que  descia  do  Céu  na  viração   da  tarde  para  este  fim  (Gn  3.8).  Mas   com   o  pecado  encetado  na  humanidade,  a  morte  espiritual acometeu  a  todos  os  seres  humanos. Todos  nós   estavámos  mortos   ―  isto  é,  separados    de  Deus,  o  Soberano  Criador  do  Universo.  Foi  necessária,  então,  a  morte  expiatória  do  Filho  de  Deus,  um  Ser  inocente  e  Santo,  cuja  vida  foi  tirada  para  restaurar-nos  a  comunhão  com  o  Eterno,  e  propiciar-nos  salvação  e  remissão  dos  nossos  pecados,  pela  fé  em  Seu  nome.  Quando  O  aceitamos,  passamos  a  viver  novamente  para  Deus.  Ocorre  uma  vivificação  (ou  ressurreição,  como  queira  chamar),  e  nós,  que  estavámos   mortos  para  Deus,  passamos  a  viver  novamente  única  e  exclusivamente  para  Ele.  Deste  modo,  o  mesmo  poder com  que  Deus  ressuscitou  Jesus  de  entre  os  mortos  é  manifesto  na  vida  do  pecador  arrependido, que  passa  a  ressuscitar  de  sua  morte  espiritual  e  viver  novamente  para  Deus.  A  partir  daí  começa-se  o  glorioso  processo  efetuado  no  salvo  pelo  sobre-excelente  "poder  da  Ressurreição".

Mas  engana-se  quem  pensa  que  a  atuação  deste  poder  termina  por  aí.  Pois,  assim  como  o  poder  emanado  do  Pai  não  só  ressuscitou  a  Jesus,  como  também  fê-lo  ascender  ao  Céu,  glorificado  (Ef  1.20), com  o  salvo  não  há  de  ser  diferente.   O  magnífico  "poder  da  Ressurreição"  há  de  ser  manifesto  cada  vez  mais  intensamente  no  salvo, até  o  dia  em  que  estivermos  "assentados  nos  lugares  celestiais  em  Cristo"  (Ef  2.6,7),  já  glorificados.   Naquele  dia  perceberemos  efetivamente  a  excelssitude  desse  poder  emanado  de  Deus.  Contudo,  ainda  assim,  a  Escritura  nos  faz  um  convite:  perceba   este  poder  desde  já  em  sua  vida  cristã;  sinta-o!  Este  era,  deveras,  o  desejo  do  apóstolo  Paulo,  tanto  para  os  efésios  (Ef  1.16-19),  quanto  para  si  mesmo  (Fp  3.8-11).

III.  Sentindo  o  Poder  da  Ressurreição

O  resultado  de  uma  vida  cristã  cercada  pelo  vivo  poder  da  Ressurreição  é,  sem  dúvida  alguma,  uma  inexorável  certeza  da  Salvação  e  um  gozo  inexprimível  pelo  Céu.   Este  glorioso  poder  conferido  a  nós  pelo  Deus  Pai  pode  ser  sentido  por  todo  salvo;  contudo,  para  isso  é  necessário  que  o  Pai  Celestial  ilumine  nossos  olhos  espirituais,  para,  deste  modo,  notarmos  o  poder  que em nós  tem  operado,  e  o  sentirmos.  Paulo  orava  incessantemente  para  que  o  Altíssimo  assim  fizesse  nos  efésios. E,  conforme  vimos  no  texto  de  Filipenses  3.8-11  ss,  Paulo  anelava  para  que  ele  mesmo  pudesse  sentir  esta  gloriosa  virtude.  É  interessante  notarmos,  ainda,  que  o  apóstolo  fala  sobre  o  sentimento  deste  poder  como  um  avanço  na  comunhão  espiritual  do  crente  com  Deus.  É  algo,  por  conseguinte,  que  vale  a  pena  ser  buscado.

Precisamos  saber  que  este  poder  já  está  operando  em  nós.  Ele  está  nessa  operação  desde  o  dia  em  que  fomos  salvos.  Contudo,  para  ele  ser  sentido,  faz-se  necessário  buscar isso da  parte  do  Senhor. 

Saiba  que  Deus  deseja  que  você  sinta  este  poder.  Isso  lhe trará  grande  edificação  espiritual,  além  de  uma  inexorável  certeza  de  que  o  mesmo  poder  que  ressuscitou  a  Jesus  há  2.000  atrás,  é  o  mesmo  que  está  hoje  operando  em  sua  vida,  até  a  glorificação.  Cabe  a  todos  nós,  portanto,  desejar  "ir  além"  do  nosso  nível  espiritual  (cf.  Ez  47)  e  progredirmos  em  nossa  comunhão  com  o  Senhor,  desejando  melhor  conhecê-Lo,  assim  como  Paulo.

IV.   Conclusão

Hoje  comemora-se  internacionalmente  a  Páscoa.  Nela  comemoramos  a  Ressurreição  de  nosso  Senhor  Jesus  Cristo. Nos  regozijamos  em  saber  que  Ele  está  vivo,  e  que  a  morte  não  O  venceu.  Por  isso,  convém  ser  frisado  que,  acima  de  tudo,  o  cognominado  "poder  da  Ressurreição"  concede  uma  inedelével  convicção  de  que  o  nosso  Senhor  ressuscitou;  pois  sentimos  o  poder  que   operou  a  Ressurreição  em  nossa  vida  cristã  diária.  Regojizemo-nos,  pois,  no  Senhor;  e  peçamos-Lhe  esta  tão  grande  e  magnífica  experiência:  sentir  o  poder  da  Ressurreição,  que  tem  operado  em  nós!

Por:  Daniel  Cardoso.     
  


   



Nenhum comentário:

Postar um comentário

O PERIGO DO CRISTIANISMO EMOCIONAL

  Ultimamente, tenho notado muito o prejuízo causado pela ausência de compreensão correta no que diz respeito ao lugar das emoções na vida c...