segunda-feira, 23 de setembro de 2019

QUE GERAÇÃO É ESSA?


I.  Introdução

Jesus,  em   seu   ministério   terreno  ―  aproximadamente  3  dias   antes    de  sua   morte  ―  pronunciou  as   seguintes  palavras:

Em  verdade  vos  digo  que  não  passará   esta  geração  sem  que  todas  essas  coisas   aconteçam

Essa   expressão  aparece  em  todos  os   evangelhos  sinóticos (Mt 24.34; Mc 13.30; Lc 21.32).  Em  seu  contexto,  Cristo  estava  a  responder   a    pergunta   tripartida   de   seus  discípulos: "Quando  serão  essas   coisas  [destruição do  templo],  e  que  sinal   haverá  da  tua   vinda   e   do   fim  do   mundo?"  (Mt 24.3).   Após  relatar  vatícinios   proféticos,  o  Senhor  pronunciou   a  frase   supracitada:  Não  passará  esta  geração...  
Mas, que  geração  é   essa?  

II.   Os  Diferentes  Tipos  de   Geração   na  Bíblia

"Geração",  nas   Escrituras,  tem  sentido  lato, conforme  veremos  a  seguir.

A   palavra   geração:

   Pode  significar  "tempo  interminável";  uma  infinidade  eternal  (cf.  Êx 3.15; Sl 33.11; 90.1; Is 60.15; Dn 4.3; Lc 1.50);

   Pode  designar  "homens  de  uma  época" (cf. Êx 1.6; Nm 32.13; Ec 1.4);

   Pode  também  ―  ainda  que  raramente   ―  apontar  para  uma  determinada  nação,  espécie  ou  povoado  (cf.  1 Pe 2.9). Isso  principalmente  pela   etimologia  da  palavra.


III.   Os   Diferentes   Pontos   de   Vista

Dos  muitos  pontos  de   vista   existentes  quanto  à   passagem  em  foco,   ressaltarei   3:

A)   O  primeiro  defende  que   a "geração"  que  Jesus  referia-se  era  a   sua  era  e   época.    

B)  O  segundo  sustenta  que   a   "geração"  que   Jesus   estava  mencionando   era  aquela  que   veria o "florescimento  da  figueira", mencionada  por  Ele  concomitantemente  (Mt 24.32; Mc 13.28; Lc  21.29,30).

C)  O  terceiro  crê   que  a  "geração"  mencionada  por  Cristo  é  uma   referência   a   nação  de   Israel.

IV.   Genea:  nação

A  expressão  grega   dos  evangelhos  nessa  narrativa  de   Jesus  é:  genea.  Segundo  o    dr.  C.I.  Scofield,  ela  significa   mais  precisamente  algo  como: raça,  família, espécie.  Encaixa-se  perfeitamente,  nalguns  casos,  como  literalmente  uma  "nação" (cf. 1 Pe 2.9). Esta  é,  justamente,  a  palavra  utilizada  pelos  evangelistas. Por  conseguinte,   é  muitíssimo    mais   provável  que  Jesus   esteja  se   referindo  ali  à  nação  de  Israel,  ao  povo  judeu;  assim,  estaria-lhes  dizendo  que   não  acabariam  nem  seriam   destruídos  até  que  tudo  fosse  cumprido.  

De  fato,   muitos   têm  tentado  de  todas   as   maneiras  rechaçar  ao  povo  judeu;  reduzi-lo  a  pó  e   a  cinzas;  expurgá-los  e  destruí-los  por   completo.  

Pesquisas   mostram  que  Israel  já   foi:

•  Destruída  parcialmente  40  vezes;

•  Cercada  23  vezes;

•   Atacada  52  vezes;

  Conquistada  44  vezes.

Não  obstante,  a   promessa   de   Jesus  é  clara:  Ele   preservará  a   geração  [Israel]  até  que  todo  o   Seu  grandioso  e   soberano  desígnio  seja   cumprido  por   completo! O  Todo-Poderoso  inspirou  Davi  a  escrever:  Eis  que  não  tosquenejará  nem  dormirá  o  Guarda  de  Israel;  O  Senhor  é  quem  te  guarda [...]  O  Senhor  te  guardará  de  todo  o  mal;  Ele  guardará  a  tua  alma!   O  Senhor  guardará  a  tua  entrada  e  a  tua  saída,  desde  agora  e  para  sempre   (Sl  121.4,5,7,8).

Muitos   dizem  veementemente  que  os  planos que  o  Altíssimo  tinha  para  Israel  acabaram,  sendo  transferidos  à  Igreja  ― que  teria   a   "substituído".  Isso  é  incabível!  O  Eterno  continua  sendo  o   "Deus  de  Israel"    ―  assim  se  autodenominou  por  203  vezes  em  Sua  palavra.  Os  defensores  da  tese  da  substituição  ancoram-se  no  texto  bíblico  de   Gálatas  6.16,  que  diz:  E  a  todos  quantos  andarem  conforme  esta  regra,  paz  e  misericórdia  sobre  eles  e  sobre   o  Israel  de  Deus".  Conquanto  a  frase   "Israel  de  Deus"  esteja  presente,  ela  perfaz  o  discurso  de  Paulo,  que  estava  a   escrevendo  noutro  sentido. Não  significa  que  a  Igreja  substituiu  Israel;  mas  sim  que  os  salvos  em  Cristo  são  o  povo   escolhido  de  Deus,  tendo  Abraão  como  pai,  assim  como  Israel  (Gl  3.7).   No  próprio  Novo  Testamento  está  escrito  que  Jeová  ainda  tem  planos   com   Israel  (cf. Rm  11.25-27).  Isto  é   certo  e  indubitável!


                              Conclusão

A   Sagrada   Escritura   menciona  como Satanás   odeia  a   Israel  e   tenta destruir   seu  povo  de  todas  as  maneiras.   Isso   é  visto   desde  o  Antigo  Testamento  (cf.  1 Cr 21.1),   como  também  no  Novo.  Note  como  o   dragão  de  Apocalipse  12  perseguia  à  mulher  ―  que  neste  caso  simboliza    o   povo  judeu.  Entretanto,  o   Senhor   Jesus  falou  clara  e  absolutamente  que  Seu  povo   há  de  ver  todos  os  sinais,  não  passará sem vê-los cumpridos.  As  Escrituras  prometem  que  o  Messias  reinará  em  Israel  (cf.  Sl 48.1-3; Is 2.1-3; 60.2,3; Jr 23.5,6; Mq 5.3,4; Zc 14.9,16);  por  isso,  o  vil  destruidor   tenta  acabar  de  vez  com  essa  nação.  Sua  convocação  aos  povos  a  virem  pelejar  contra  o  povo  judeu  lhe  acarretará  em  destruição  por  ocasião  da  Vinda do  Senhor  (2 Ts 2.8).  
A  aliança  que  Deus  fez  com  Israel  é  "perpétua" (Gn 17.7), de  sorte  que  Satanás  nunca  poderá  destruí-la.  Esta  aliança  prossegue  de  geração  em  geração,  porquanto  dela  escrito  está:  Deus  a  confirmará  para  sempre  (Sl 48.8). Todos  os  povos,  em  todas  as  localidades,  hão  de  dizer  a  Sião: O  teu  Deus  reina!   (Is  52.7).

Por:  Daniel  Cardoso.

        

   





quarta-feira, 11 de setembro de 2019

TEODICEIA CRISTÃ


    I.  INTRODUÇÃO

Provavelmente  nalguma  ocasião  você  já   tenha   ouvido  um  ateu/cético  dizer  a  tão  popular  frase:  se  Deus  existe,  então  por  que  há  tanto  mal  no  mundo?  Por  que  coisas  más  acontecem? 
É  em  resposta  a   essa   indagação  popular que  esta  postagem  destina-se.

   II.   O   QUE  É  A  TEODICEIA?

Conforme  você  viu  na introdução,  muitos  ateus  ― tentando  interpelarem  o  cristianismo  ―,  utilizam-se  do  argumento  do  mal  no  mundo.  A  teodiceia  ―  termo  originado  pelo  filósofo  Leibniz ―  é  a  filosofia  que  destina-se  à  responder  tal  questionamento;  provando-se,  assim,  que  a  existência  do  mal  não  é  um  estorvo  para  se  crer  que  Deus  existe,  nem  tampouco  que  é  amoroso,  conforme  nos  diz  a  Bíblia  Sagrada  (1 Jo 4.8,16).   Ele  existe (cf. Hb 11.6),  e  é  amoroso  (1 Jo 5.3),  piedoso  e  benigno (Sl 145.8).  Além  disso,  Ele  é  "tão  puro  de  olhos  que  não  pode  ver  o  mal" (Hc 1.13).  No  santíssimo  lugar onde  Jeová  habita  a  maldade  não  pode  entrar (Sl 5.4; 15.1-3). 
A  seguir,  analisaremos  numa  "teodiceia"  bíblica  o  por  que  de  Deus  permitir  o  mal  no  mundo. 

   III.   O  PROBLEMA  DO  MAL  APRESENTADO  E  A  SOLUÇÃO

O  problema  do  mal  vêm  sido  apresentado já  há  muito  tempo. Epicuro  de  Samos  (341-270 a.C)  ―  líder  da  linha  filosófica  do  epicurismo,  combatida  por  Paulo (At 17.18) ―  certa  vez,  disse  a  seguinte  frase:

Se  Deus  deseja  prevenir  o  mal,  mas  não  é  capaz,  então  ele  não  é  onipotente. Se  é  capaz,  mas  não  deseja,  então  é  maldoso.  Se  é  capaz  e  deseja,  então  por  que  o  mal  existe? Se  não é  capaz  e  nem  deseja,  então  por  que  lhe  chamamos  Deus?

 A  verdade  é  que  Deus  tanto  é  capaz  como  deseja  que  o  mal  acabe.  Mas  a  indagação de  Epicuro  foi:  "então  por  que  o  mal  existe?"  O  ser  humano,  por  sua  natureza,  quer  sempre  uma  resposta  para  absolutamente  tudo.  Sendo  assim,  na  mente  humana   as   indagaçãos  no  que  tange  à  maldade  e  a  existência  de  Deus  são  comuns.  É  comum que  seja  visto  depois  de  algum  ato  criminoso, fratricida, maldoso, etc.  a  pergunta  sobre   a  razão  do  Todo-Poderoso  ter  permitido  aquilo. 

SOLUÇÃO:

A  solução  para  o  problema  do  mal  é  vista  quando  analisamos  3  verdades: 

A)  A  ORIGEM  DO  MAL

De  onde  vem  o  mal?  Indubitalvemente,  o  mal  não  vem  de  Deus.  Diariamente,  ocorrem  roubos,  assassinatos,  estupros, etc.  Mas,  suponhando-se  que Deus  não  exista;  por  acaso,  o  mal  desaparece?  É  óbvio  que  não!  Temos  o  mal  no  mundo  com  ou  sem  um  deus.  Por  quê? Porque  o  mal  está  nas  pessoas;  são  as  pessoas  que  matam,  roubam,  praticam  maldades  e  violências,  etc.  Portanto,  não  vêm  de  Deus  o  mal,  nem  tampouco  Ele  o  pratica.  Somos  nós  que o praticamos.  Bem  falou  o  apóstolo  Paulo  sobre  isso,  quando  disse  que  em  nossa  carne  "não  habita  bem  algum"; somente o mal (Rm 7.18). Por isso,  a  origem  do  mal  está  no  pecado,  sendo  o  ser  humano o  agente  do  mesmo.
Alguns  utilizam  o  texto  bíblico  de  Isaías  45.7,  para  argumentarem  e  dizerem  que  Deus  é  o  criador  do  mal.  Entretanto,  os  tais  fazem  isso  não  sabendo  que,  no  conceito  hebraico,  há  dois  tipos  de  mal:  o  moral  e o  calamitoso.
É  nesse  segundo  sentido  que  o  texto  refere-se  ao  dizer  que  Deus  é  o "criador"  do  mal;  no  sentido de  calamidade,  em  demanda  de  Sua  justiça.

B)   A  REAÇÃO  DE  DEUS  AO  MAL

Aí  a argumentação  ateísta  cai por  terra!  Se  a  reação  de  Deus  ao  mal  no  mundo  fosse  sentar-se  ociosamente  em  seu  trono,  como  se  nada  houvesse  acontecido,  então  sim  a  argumentação  ceticista  seria  válida;  deduzir-se-ia,  daí,  que  Deus  não  ama  a  humanidade.  Mas,  felizmente,  isso  não acontece!  Qual foi e qual  é  a  reação  de  Deus  ao  ver  o  mal  no  mundo?   
Sua  reação  foi  vir  ao  mundo  em  forma  humana: "Deus  se  manifestou  em  carne"  (1 Tm 3.16). Ele  veio  e  carregou  nEle  todos  os  nossos  pecados,  culpas  e  maldades;  literalmente,  deu-nos  a  solução!  Ele  chama  aos  vis  pecadores  ao  arrependimento,  para  serem  salvos  e  regenerados  por  Ele (At 17.30).  Há,  porventura,  amor  maior  do  que  esse? 

C)  A  LIBERDADE  HUMANA

O  Senhor  ama-nos  muito...  E  uma  das  provas  desse  amor  é  a  liberdade  de  escolha  que  deu-nos.  Ele  ama-nos  tanto  que  jamais  obrigaria  a  qualquer  um de  nós  à  fazer  Sua  vontade;  pois  não  quer uma  obediência  e  submissão  forçada,  mas  livre.   Por  conseguinte,   não  coagirá  a  nenhum  homem ou  mulher  à seguir  seus  preceitos  pacíficos,  feitos  por  Ele,  o  Senhor  da Paz (Jz 6.24; Rm 15.33; 16.20; 1Ts 5.23; Hb 13.20; Fp 4.9); antes, preservará  a  liberdade  humana, para  obedecerem-lhe  ou  darem  ouvidos  a  Satanás...  Aos  que  derem  ouvidos  ao  príncipe  das  trevas  e  do  mal,   resta  o  terrível   lago  de  fogo  e  enxofre, como  pagamento  por  seus  pecados  (cf. Ap 20.11-15). 


Portanto,  Deus  não  é  autor  do  mal  nem  compactua-se  com  Ele;  dá,  antes  a  solução  ao  mesmo;  mas  dá  também ao  homem  a  liberdade  de  aceitar  a  solução  (Jesus)  ou  não...  É  em decorrência  da  humanidade  rejeitar,  desdourar  e  não  aceitar  a  Cristo  que  há  tanto  mal  no  mundo.


 IV.   CONCLUSÃO

Conclui-se,  portanto,  que  Deus  não  é  o  autor  do  mal  nem  se  agrada  do  mesmo.  Ele  mesmo  determinou  o  dia  em  que  há  de  aniquilar  todos  os  seus inimigos  ― incluindo o mal  (1 Co 15.24,25). Ele  é  a  solução;  a  humanidade,  rejeitando-O, só  aumenta  mais  a  maldade  no  mundo.  Só  haverá  a  plena  paz  no  reino  teocrático  de  Cristo  na  terra,  pois  aquele  que  não  Lhe  for  submisso  não  verá o Seu  governo; antes,  será  extirpado  (At 3.12). Somente  assim  a  Terra  estará  em  plena  paz,  no  devido  tempo  determinado  pelo  Altíssimo. Só  existe  o  mal   no  mundo  ainda  hoje,  pelos  seus  habitantes  não  procurarem  a  Jesus...

Por:  Daniel  Cardoso.

O PERIGO DO CRISTIANISMO EMOCIONAL

  Ultimamente, tenho notado muito o prejuízo causado pela ausência de compreensão correta no que diz respeito ao lugar das emoções na vida c...